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Textos de amigos e músicos do artista.

Paulo César Pinheiro sobre Edu Lobo

Paulo César Pinheiro

Conheci Edu no final da década de 60. Eu já tinha uma obra grande com Baden e iniciava parcerias com novos amigos, entre eles, Dori e Francis. Nos encontrávamos todos em casa de Olívia, nos fins de semana, às vezes na de Tom, e outras na de Marcos Valle, em reuniões musicais que se estendiam até de manhã. Cada um tinha sempre, uma música mais bonita pra mostrar. E isso estimulava o companheiro. Era uma enxurrada de coisa boa. Riqueza de acordes novos. Belíssimas melodias. Achados de letras. Edu é um compositor que sempre me fascinou, desde o começo. Havia um mistério em seu canto que me envolvia. Melodista de mão-cheia, caminhava por baiões e réquiens, frevos e modinhas, marchas e canções, como um grande mestre da arte de criar. O sangue nordestino fervia em suas veias, em seu peito pulsava um coração negro e de sua voz vinham tristes cantos brasileiros. Isso me encantava e me atraía. Como Edu sempre teve parceiros excelentes (Vinicius, Torquato, Capinam, Guarnieri), eu ficava olhando de longe e admirando a qualidade de seu trabalho. Fora o fato de que, quando arriscava escrever letras, também não devia nada a nenhum de nós.

Até que aconteceu a nossa junção. Encontro aqui, encontro ali, amizade nos unindo, afinidades, e de repente estávamos unindo nosso talento. Vento bravo foi a primeira. E, daí em diante, muitas outras. Não tantas quanto eu gostaria, mas todas assinadas embaixo com orgulho e prazer.

Um dia a gente ainda embala uma safra grande e recupera o tempo perdido, né, Edu?

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